Direito de Resposta de Diógenes Caetano dos Santos Filho

24 de junho de 2019

Diógenes Caetano dos Santos Filho requisita um direito de resposta após ter postado comentários no Spreaker do Projeto Humanos.

 

DOCUMENTOS CITADOS PARA DOWNLOAD

PDF contendo comentários de Diógenes e outros ouvintes no episódio 24, no Spreaker

Apelação Ministério Público x Airton Bardelli e Sérgio Cristofolini

 

Diógenes Emails (Parte 1) – 8 de Dezembro de 2018

Diógenes Emails (Parte 2) – 8 de Fevereiro de 2019

Diógenes Emails (Parte 3) – 9-11 de Março de 2019

Diógenes Emails (Parte 4) – 20-22 de Junho de 2019

 

Transcrição

Olá, pessoal. Eu sou Ivan Mizanzuk, o apresentador e produtor do Caso Evandro, a quarta temporada do Projeto Humanos.

Durante todos esses meses em que apresentei os episódios do Caso Evandro, não era incomum encontrar ouvintes na rua ou em eventos me perguntando “ei, sabe aquele aviso que você dá no início de cada episódio, de que se alguém se sentir ofendido poderia entrar em contato exigindo um direito de resposta? Alguém já entrou em contato?

Pois então, dessa vez aconteceu, mas de uma maneira um pouco diferente do que vocês imaginam. Então, eu vou explicar. Mas antes disso, já aviso que esse episódio extra será basicamente só eu falando sozinho, lendo um monte de mensagens. Se você preferir, todas as mensagens citadas e lidas estão linkadas no post deste episódio no site projetohumanos.com.br na seção do Caso Evandro.

Após a publicação do episódio 24, no dia 19 de Junho de 2019, eu fui informado por um ouvinte de que o Sr. Diógenes Caetano dos Santos Filho estava publicando comentários através do Spreaker, que é o servidor e plataforma que a Half Deaf, a minha distribuidora, utiliza para publicação dos podcasts da casa.

Depois eu fui verificar em outros episódios, e pude constatar que ele havia postado outros comentários em outros episódios anteriores a esses que fez no episódio 24. Contudo, para facilitar aqui, eu vou focar nos comentários deste episódio 24, que foi publicado no dia 19 de Junho de 2019.

No mesmo dia da publicação, respondendo a um comentário de uma ouvinte chamada Michele, ele comentou o seguinte:

Michele, lamento dizer, mas o trabalho do Ivan, não é tão imparcial quanto vocês estão pensando. Poderia provar, e já entrei em contato com o “Projeto” através daquele e-mail, que é dado no início de todos os episódios, E me foi negado o direito de responder, do mesmo modo como fez a imprensa ao longo de quase vinte anos. Ainda que ele no final me procure, e coloque tudo que eu disser, sem edições, o efeito não é o mesmo de responder na hora, pois as opiniões vão sendo consolidadas ao longo do tempo. Neste epidódio, o Jorge Peres, fala que moramos juntos, ou ao lado, e isso não é verdade, a cidade toda sabe que eu sempre morei a seis quilômetros daquele local. Ali era a casa do meu pai, que tem outro casamento, e onde eu algumas vezes ia, o que é muito diferente de residir. Veja então, como um simples detalhe, pode fazer grande diferença, se for colocado maliciosamente, ou se como acontece, não me é permitido responder. Estou colocando essa resposta aqui, não sei se o Ivan irá removê-la, mas pouco adianta, pois pouquíssimas pessoas irão lê-la.

Logo em seguida, ele comentou o seguinte:

Esse texto abaixo não é meu, o que redigi é completamente diferente.”

Em seguida, ele postou uma sequência de 10 comentários isolados, que eu vou ler aqui tudo junto como se fosse apenas um, para agilizar. Eu vou ler exatamente o que ele escreveu para evitar qualquer sugestão de que eu estou alterando suas palavras. Para quem quiser conferir exatamente como foi postado e confirmar o que estou dizendo, é só conferir na própria página do Spreaker ou no PDF que linkei na descrição deste episódio no site ProjetoHumanos.com.br, contendo todos os comentários daquele episódio 24.

Mais um exemplo do que falava, meu texto foi modificado, ficando sem nexo, e totalmente diferente.

Ficado sem nexo.

Infelizmente, prevalecerá a verdade do dono do microfone.

O Ivan continua alterando o que eu escrevo.

A penúltima não foi assim.

Estão vendo, como tudo é direcionado.

Foi pro isso que precisei escrever um livro.

“A Verdadeira História do Caso Evandro”

Quem me acompanha pelo face, sabe que não escrevo desse modo.

acompanha pelo facebook

Após esses comentários, vários ouvintes começaram a questioná-lo com uma série de perguntas, as quais ele ia respondendo.

Após alguns dias disso, eu postei um comentário lá avisando ao Sr. Diógenes que havia enviado um email para ele.

Mas antes de explicar esse email que enviei, preciso explicar um pouco do contexto.

Após o lançamento dos primeiros episódios do Caso Evandro, durante os meses de Outubro, Novembro e Dezembro de 2018, o Sr. Diógenes Caetano dos Santos Filho chegou a me contatar por email. Foi a primeira vez que conversamos desde que eu o entrevistei em Dezembro de 2016.

Neste primeiro email, datado de 8 de Dezembro de 2018, ele me dizia o seguinte:

Prezado amigo Ivan, no final do programa dois, quando você descreve sobre os julgamentos, absolvições e condenações, bem como as penas, esqueceu um pequeno detalhe, mas que tem muita relevância. Quando diz que o Airton Bardelli e Sérgio Cristofolini foram absolvidos, esqueceu de dizer, que em 09/04/2013 o STJ anulou também este julgamento, de modo que neste caso, não existe ninguém absolvido. Apenas que para eles, o crime acabou sendo prescrito, diferente do que seria de fato, ser absolvido. Abraços.”

Eu respondi no mesmo dia o seguinte:

Olá, Diógenes! Há quanto tempo! Muito obrigado pelo contato!

Veja, até onde eu sei (e posso estar desatualizado), após o STJ fazer essa votação, salvo engano, os advogados de defesa entraram com recursos que ainda eram cabíveis – e eu não encontrei informações sobre o desfecho deles.

Ademais, se você notar, no resumo eu foquei apenas nos resultados dos júris, pois se eu fosse falar de recursos, eu teria que falar de cada um, e seria muita informação para aquele trecho que seria apenas um resumo.

De qualquer maneira, te faço uma proposta: se quiser, anote tudo o que te incomodar durante os programas que saírem. Ao final da temporada, após todos os episódios irem ao ar, me proponho a realizar uma nova entrevista contigo, durando o tempo que você quiser, e eu publicarei a entrevista sem qualquer edição. Daí, de acordo com suas anotações, você poderá citar tudo o que te incomodou nos episódios – coisas que você acha que eu errei, que você discorda, que você acredita que eu deixei de falar etc. Dito de outra forma, seria um programa de complemento a tudo o que foi dito. O que acha? Parece uma boa?

Eu publiquei 6 episódios até o momento e entrei numa pausa. No total, deverão ser uns 20 episódios, e eu voltarei a publicá-los semanalmente em Fevereiro do ano que vem. Ou seja, caso aceite meu convite, essa nossa nova entrevista aconteceria lá por Maio ou Junho do ano que vem.

Espero que aceite, pois estou fazendo tudo isso sozinho, de forma independente, e tenho plena consciência de que é informação demais para lidar. E caso eu cometa algum engano, eu com certeza gostaria de ter uma nova conversa contigo, na qual você possa esclarecer.

Aproveitando também: eu cheguei a te enviar os arquivos brutos da entrevista que fiz contigo? Caso não, segue aqui o link para a pasta do Google Drive com as duas gravações que fiz com você naquela noite: [**RESERVADO**]

Não sei se lembra, mas eu havia te prometido de te enviar esses arquivos, justamente para evitar qualquer situação em que você achasse que eu distorci suas palavras. Esses arquivos servem como garantias de que, qualquer distorção que você ache que eu cometa, você tem total liberdade em publicar esses arquivos como preferir.

Aguardo seu retorno!

Grande abraço, Ivan.

Logo em seguida, após esse meu email, o Sr. Diógenes me respondeu com a seguinte mensagem, ainda em Dezembro de 2018:

Agradeço muito pela oportunidade. Fiquei sabendo ontem do lançamento, e já vi três episódios. Desde já agradeço pela seriedade e responsabilidade com que está tratando o assunto. Em mais de vinte anos, não vi nada em mídia nenhuma, com tamanha honestidade, para as partes envolvidas. Parabenizo a você e sua equipe, por esse trabalho tão profissional e competente. Se Deus permitir, estarei a disposição, sempre que precisar. Abraços.”

Bom, antes de eu avançar na explicação, já aproveito para esclarecer essa questão da anulação do júri de Bardelli e Cristofolini no STJ. E para isso, já agradeço a minha amiga Elisa Cruz, defensora pública do estado do RJ, que me auxiliou nessa parte. Leio na íntegra as mensagens que ela me enviou explicando:

Oi Ivan. Achei o processo do Bardelli. Ele e o Cristofolini foram absolvidos por falta de materialidade e autoria. Isso quer dizer que os jurados entenderam que não houve o crime nem que os 2 praticaram o homicídio. É até difícil explicar exatamente o que os jurados decidiram porque o juiz não separou a pergunta de autoria e materialidade. O juiz perguntou tudo junto e como a votação dos jurados não é explicada, ficamos sem saber o real motivo da absolvição

Curioso é que os jurados reconheceram que Bardelli e Cristofolini sequestraram o Evandro, o que nunca nem foi falado, em nenhum momento.

O Ministério Público conseguiu anular o julgamento porque a defesa leu uma reportagem durante o plenário que não estava juntada nos autos. Mas, quando voltou pra Curitiba, o crime estava prescrito e o processo foi extinto e arquivado

Mas, na apelação contra a absolvição, o Ministério Público usa expressamente as confissões gravadas como argumento, o que vai contra o que o promotor que vc entrevistou contou.”

Para quem não se recorda, na entrevista que fiz com o Dr. Paulo Markowicz, o promotor do caso, ele me informava que não usaram as fitas gravadas no processo, se baseando apenas nos depoimentos feitos em juízo.

Para quem quiser ler a apelação do Ministério Público que a Elisa citou, eu a coloquei para download na descrição deste episódio. Os trechos que citam as gravações estão nas páginas 32 e principalmente na 38.

Deste documento da apelação do Ministério Público, eu apenas apaguei partes em que apareciam fotos do cadáver. Eu já falei que não as tornarei públicas e reforço que não farei isso por respeito à família Caetano.

Enfim, voltando aos emails com o Sr. Diógenes. Após aquela troca de emails no dia 8 de Dezembro de 2018, na qual ele me elogiava, nós trocamos mais alguns emails em Fevereiro, nos quais eu explicava para ele que a temporada ficaria maior do que eu imaginava inicialmente.

Fevereiro foi o mês que o Caso Evandro voltou a ser publicado, pois eu havia passado os últimos 3 meses produzindo o resto dos episódios.

Até que no dia 9 de Março de 2019, o Sr. Diógenes me enviou o seguinte email:

Prezado Ivan, tenho sido contactado por pessoas, que estão acompanhando seu projeto, e pedem para dar explicações sobre o episódio oito e nove principalmente. Afinal, quem ouviu ficou inclinado a acreditar na inocência delas, e confesso, até eu ficaria, se não tivesse algumas respostas que você desconhece. Da minha parte, não tenho problemas, se todos os seus ouvintes, no final, quiserem acreditar que eles são inocentes, mas se houver interesse da sua parte, em dirimir as dúvidas antes do final, ficamos a disposição. Cito alguns itens, IML Paranaguá, corte no pescoço do Evandro, idas ao Fórum, Rosa Leite Flora, corte do pênis entre outros. Abraços.”

Eu respondi no dia seguinte, 10 de Março de 2019, da seguinte forma:

Olá, Diógenes!

As pessoas estão ansiosas por respostas que, como eu já havia avisado no início do episódio 7, serão dadas em seu devido tempo.

A temporada toda deverá ter perto de 30 episódios (espero que um pouco menos!), e até o momento eu lancei apenas nove. Se ao final desses 30 episódios você acreditar que há coisas que eu deixei de fora, seria ótimo que pudéssemos ter aquela conversa que eu havia sugerido de gravarmos após o lançamento de tudo: uma entrevista minha, contigo, sem cortes, na qual você pudesse falar tudo o que acha que faltou. Espero que possamos fazê-la! =)

De qualquer forma, ainda estamos longe do final da história. Ainda assim, estou aqui à disposição e garanto que todos os lados serão mostrados!

Grande abraço! Ivan.”

No dia seguinte, 11 de Março de 2019, o Sr. Diógenes me respondeu de forma bem sucinta: “Ok. abraços”.

Desde então, eu não recebi mais notícias do Sr. Diógenes. Até o último dia 19 de Junho, quando fiquei sabendo que ele estava afirmando no Spreaker que eu havia lhe negado um direito de resposta após ele ter se sentido ofendido.

Leio então agora na íntegra o email que enviei para ele após os comentários dele no Spreaker, e depois lerei o que ele me respondeu.

Primeiro, o meu email:

Olá, Diógenes! Tudo bom?

Aqui quem fala é o Ivan. Eu raramente vejo comentários postados lá no Spreaker, mas me informaram que você estava tendo problemas por lá e fui dar uma olhada. Eu gostaria de postar essa mensagem lá no Spreaker, mas ele possui uma limitação de caracteres. Por isso, envio por email.

Diógenes, mil desculpas, mas quando foi que você “pediu direito de resposta por se sentir ofendido” para mim? Em um comentário postado lá no Spreaker você disse: “pedi para o Ivan o direito de responder, já que fui pessoa citada e me senti ofendido, mas ele negou, como a imprensa sempre fez com nossa família”.

Eu então citei para ele a nossa última troca de emails, em 9 de março de 2019, na qual eu dizia que todas as informações apareceriam em seu devido tempo, e reforcei o convite que já havia feito para ele em Dezembro de 2018 de me conceder uma nova entrevista ao final da temporada, dessa vez sem edições, para que ele tivesse a oportunidade de falar tudo o que acreditava que estava faltando. Enfim, depois desse trecho, continuando o email:

Desde essa nossa última conversa, nunca mais recebi notícias suas. Peço perdão pela minha ignorância, mas onde que você falou que queria um direito de resposta porque se sentia ofendido? E quando foi que te neguei isso? Isso não me parece claro nessa nossa última troca de mensagens.

Teria sido em algum outro email que trocamos antes desses? Caso sim, anexei neste email PDFs com os emails que trocamos anteriormente.

Seria possível me informar a data e o local por onde você me informou que queria um direito de resposta por ter se sentido ofendido? Se isso realmente ocorreu, peço desculpas pela falta de resposta e afirmo que eu gostaria de esclarecer e resolver o quanto antes.

De qualquer forma, você gostaria que eu adiantasse essa gravação contigo? Eu não tenho como ir para Guaratuba tão cedo, mas se você estiver com urgência, posso te ligar e gravamos por telefone ainda neste final de semana, e eu publicaria logo em seguida. Você tem meu telefone e tem meu email, basta entrar em contato. Como eu disse em outro email também, tenho todo o interesse em gravar uma conversa com você após os episódios, para que você possa falar o que quiser.

Independente disso, Diógenes, meu trabalho é contar o caso da forma como ele ocorreu – e isso inclui expor todos os contraditórios existentes. Sobre as suas narrativas, eu cheguei inclusive a recomendar seu livro em alguns episódios. Se eu distorci algo que você disse, peço que me informe. O que não posso fazer é fingir que não existem versões que discordam das suas narrativas. Ao meu ver, o que me tornaria “parcial” e desonesto seria ignorar os argumentos da defesa ou relatos de outras pessoas que vivenciaram os fatos.

Por fim, um último comentário: eu não tenho como editar os comentários de pessoas que postam no Spreaker. Se tiver dúvidas quanto a isso, posso tentar conseguir uma declaração oficial da Spreaker sobre a política de comentários deles, explicando sobre a impossibilidade de se editar comentários de terceiros.

Aguardo seu contato via email ou telefone para combinarmos a nova entrevista o mais breve possível, caso ainda seja o seu interesse.

Forte abraço!

Ivan.”

Nisso, o Sr. Diógenes me respondeu o seguinte.

Prezado Ivan, quando enviei o e-mail, para você, procurei ser educado, elogiei seu trabalho, que no início não parecia que iria direcionar os ouvintes a uma conclusão. Mas a medida que os episódios foram avançando, ficou evidente que eu estava enganado, e tentei oferecer-me, para esclarecer colocações que eram completamente inverídicas, embora elas estivessem, ou no processo, ou em artigos da imprensa. Então não estou dizendo que você as inventou, mas senti a necessidade de rebatê-las, razão pela qual, esperava ter a oportunidade, já que em todos os episódios, no início, havia aquela observação de que quem fosse citado e se sentisse ofendido, poderia pedir direito de resposta. Só que, seguindo a linha de educação, e evitando a quebra de confiança, não exigi nada de você, apenas me ofereci, esperando que houvesse compreensão da sua parte. Mas sua oferta foi deixar que eu falasse apenas no final. Eu não insisti mais, mas para mim ficou óbvio, que responder no final, poderia estar fazendo parte, da provável estratégia, que pode estar norteando o projeto. Em resumo, concluí que esperar para o final, seria chamar os bombeiros, depois que o incêndio tivesse acabado. Continua o meu elogio, por seu trabalho monumental, não tiro o mérito, da tarefa gigantesca que empreendeu, embora o seu convencimento inicial da inocência deles, possa ter comprometido essa grande obra. Quanto a alteração da minha postagem, acredito em você, pois sabemos que pode haver algum hacker, dentro do meu ou do seu computador. E especialmente dentro do meu, existem muitos interessados. Informo ao amigo, que admitir o erro publicamente, é para mim a maior virtude, e não exitarei em fazê-lo, pedindo desculpas, se isso aconteceu por outras vias. Essa grandeza de admitir o erro publicamente, foi o que faltou para a polícia civil do Paraná, que preferiu permanecer no erro, deixando escapar os responsáveis pelos desaparecimentos de crianças neste Estado. Tiveram o fio da meada, e ao invés de desenrolá-lo, preferiram embaralhar, só por não terem coragem de admitir que erraram. Quanto a conversarmos futuramente, informo ao amigo, que perdi o interesse, já que fui forçado a postar as respostas nos comentários. Mesmo não nos encontrando mais, desejo ao amigo, o sucesso esperado, e que esse trabalho seja útil para a humanidade. Vou postar uma frase de minha autoria: ” Nas mãos certas, o ácido nítrico e a glicerina, podem resultar em um saboroso manjar, mas em mão erradas, pode virar nitroglicerina” O amigo tem em suas mãos esses produtos, espero que use para o bem. Um grande abraço.”

Eu respondi em seguida:

Prezado Diógenes,

Entendo suas preocupações e agradeço imensamente pelos elogios. Contudo, permita-me discordar de alguns pontos.

Primeiro, quando você diz que “embora o seu convencimento inicial da inocência deles, possa ter comprometido essa grande obra”, eu sequer conhecia o caso quando comecei a estudá-lo. Minha conversa com você e com o Edésio foram fundamentais para me colocar num estado de profunda dúvida que me guiou durante todo o processo de pesquisa. Se fosse de meu interesse tentar mostrar inocência dos acusados, eu sequer teria colocado no ar os episódios em que toco quase na íntegra a fita de ameaça a Edésio. Pelo o que levantei, o meu trabalho deve ter sido o único que colocou esse evento com destaque. Eu não omito nada, e os ouvintes que cheguem às suas conclusões. Ao final dos episódios sobre o Edésio, muita gente pode ficar convencida de que eles são culpados. Ou não. O mais importante é que eu apresentei todos os elementos nos seus devidos contextos.

Segundo, eu reforço que, a menos que algo tenha me passado batido, você jamais exigiu “um direito de resposta por ter se sentido ofendido”, conforme você relatou mais cedo lá no Spreaker. Por isso, peço novamente que me informe se isso aconteceu de fato.

No máximo você me informou numa troca de emails de que faltava uma informação sobre a anulação do júri de Bardelli e Cristofolini, e numa segunda troca de emails me informou que várias pessoas estavam te procurando com dúvidas. Eu avisei que tudo seria mostrado até o fim da série (e acredito que estou fazendo isso) e que gostaria de conversar com você após tudo ser publicado, no que você me respondeu com um “Ok”.

Em momento algum você me informou se sentir ofendido, tampouco que estava exigindo um direito de resposta. Fosse esse o caso, eu conversaria com você da mesma maneira que estou conversando agora.

Terceiro: nenhum hacker, seja no meu ou no seu computador, teria como alterar um comentário seu no Spreaker. Isso é impossível.

Sendo esta a situação, reforço meu convite em fazer uma nova entrevista com você, a qual eu publicaria sem edições. Você terá toda a liberdade para falar tudo o que acha que foi equivocado de minha parte, o que deixei de fora, se você acha que distorci alguma coisa, enfim. Não havendo edições, você terá uma maior segurança de que nada do que me dirá será distorcido. Aceitando, basta me informar a data que é melhor para você. Podemos fazer por telefone ou pessoalmente (neste caso, preciso ver quando poderia ir pra Guaratuba. Se sentir urgência em ser ouvido logo, fazemos por telefone e eu publico no mesmo dia).

Por fim, reforço também meu pedido inicial de que me demonstre quando e onde exatamente que o sr. me requisitou um direito de resposta por ter se sentido ofendido de forma clara e direta como você comentou lá no Spreaker. Caso tenha sido um engano seu, peço por gentileza que avise que se enganou lá nos comentários também, além do equívoco de que eu teria editado comentários postados por você.

Se você não se sentir disposto a fazer isso, o sr. se importaria se eu tornasse públicos os emails que trocamos – no caso sendo estes que estamos trocando agora e aqueles que anexei no email anterior? Pergunto isso pois com certeza serei perguntado sobre essas suas afirmações em breve, e terei que explicar meu ponto de vista também. Fica bastante complicado para a minha reputação ter alguém dizendo que pediu direito de resposta e eu não concedi. Espero que entenda minha insistência ao pedir que você me mostre quando exatamente você falou explicitamente que se sentiu ofendido e que queria esse direito de resposta.

Forte abraço!

Ivan.

O Sr. Diógenes então me respondeu em seguida;

Bom dia amigo Ivan, se você precisa ouvir de mim, que eu não exigi o direito de resposta, por ser citado e me sentir ofendido, literalmente com essas palavras, então realmente admito que não exigi, e o deixei a vontade para que a decisão fosse sua. Mas, vou citar um trecho do meu e-mail enviado a você “Prezado Ivan, tenho sido contactado por pessoas, que estão acompanhando seu projeto, e pedem para eu dar explicações, sobre o episódio oito e nove principalmente…” por respeito e educação, como já falei no e-mail anterior, não lhe impus nada, esperando que houvesse da sua parte, em função da cobrança em que eu me encontrava, a mesma recíproca. Todavia você ofereceu a oportunidade de falar no final, e eu disse OK, pois vez ou outra, você lia trechos do meu livro, que diminuíam um pouco a pressão. Até aí tudo bem, entendi que era realmente possível esperar, mas como você mesmo falou, em uma entrevista entre a pausa da primeira para a segunda parte do Caso Evandro, do receio das pessoas não se interessarem, em seguir o trabalho com a mesma empolgação, pois essa parte era mais referente, aos longos e estressantes depoimentos e argumentações técnicas dos julgamentos. De fato as coisas mudaram, ficou muito evidente a partir daí, pelo menos para mim, que o público estava sendo conduzido a uma conclusão. Piorando tudo, agora vinha seu anúncio, de que esse projeto viraria livro e série de televisão. Conclui então, que não podia esperar para responder no final, pois como falei em outro e-mail, seria chamar os bombeiros no final do incêndio. Resolvi então publicar respostas no final dos seus episódios, contudo a mensagem foi explodida, ficando deformada e sem nenhuma lógica, o que exigiu da minha parte várias réplicas, até que subitamente, a partir da quarta ou quinta postagem, todas foram corrigidas instantaneamente. Como isso aconteceu? Lembro-lhe, que e isso está citado no meu livro, e era prática rotineira da imprensa, deformando entrevistas, sempre nos fazendo parecer idiotas, chegando muitas vezes a editar respostas, trocando sim por não. Bem, temos duas reputações para serem resgatadas, a sua e a minha. E eu acho justo, que essa nossa troca de e-mails, seja colocada a público, para que os seguidores do Caso Evandro, façam o julgamento. Então, peço a gentileza de publicar todos eles, de preferência neste final do episódio vinte e quatro, pois é ali que o debate está estabelecido. Mas, novamente não estou exigindo nada, estou apenas pedindo. Um grande abraço.

Nós trocamos mais alguns emails para estabelecer exatamente o que seria feito sem maiores problemas. Todas essas mensagens estão linkadas no post deste episódio no site projeto humanos.com.br, na seção do Caso Evandro. Dessas mensagens postadas, eu apenas omiti dados pessoais, como o endereço de email do Sr. Diógenes Caetano, meu número de telefone e um endereço de Google Drive que enviei para ele, contendo o bruto da entrevista que me concedeu. Se for de interesse dele, ele poderá futuramente publicar a entrevista na íntegra, conforme combinei meses atrás.

Aproveito também para reforçar aqui publicamente que ainda está aberto o convite para uma nova entrevista com o Sr. Diógenes após a publicação de todos os episódios, a qual eu tenho interesse de publicar sem edições. Esse convite eu já fiz para outras pessoas envolvidas na história também e nada mais justo que essa porta permaneça aberta para ele, mesmo após sua recente recusa.

Várias vezes eu fui criticado por ouvintes por me aprofundar demais em detalhes que seriam desnecessários. Já ouvi comentários que essa temporada inteira poderia ser reduzida para muito menos episódios, por exemplo. E como já falei em outros lugares, eu decidi contar o Caso Evandro com uma profundidade que nunca antes lhe foi dada ao grande público, justamente para evitar que problemas assim surgissem. E a solução que eu encontrei para isso era dar espaço e detalhes sobre todos os lados, personagens e eventos que aparecem. Sendo assim, respeito os sentimentos do Sr. Diógenes Caetano dos Santos Filho, mas reafirmo minha postura: tudo o que faz parte do caso está sendo mostrado, seja a favor, seja contra os sete acusados. E eu não tenho interesse em pender para um ou para o outro lado.

Muita gente me pergunta qual a opinião que eu tenho sobre o Caso Evandro. Eu sempre respondo da mesma maneira: só darei minha opinião no último episódio, no final da temporada.

O Caso Evandro está em recesso agora, pois preciso terminar de produzir os episódios que faltam. Voltaremos em breve. Até lá.